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outubro 05, 2016

Restaurante Panorâmico de Monsanto

Lisboa - Fonte Fotografia: noctula chanel





Abandonado e em processo de destruição total


A 197 m de altitude aproximada, tem uma vista panorâmica sobre Lisboa de 360º

Construído pela Câmara Municipal de Lisboa, em 1968, segundo projeto do arquiteto Chaves da Costa é um edifício de sete mil metros quadrados e, contava no seu interior com um mural de Luis Dourdil e com um painel de Azulejos com relevo da autoria de Manuela Madureira intitulado " Figuras e cenas da cidade de Lisboa", foi um dos mais luxuosos restaurantes da capital na sua época.

Atualmente o seu estado de degradação e abandono é evidente nos vídeos apresentados nesta publicação.

Depois do encerramento como restaurante, foi um pouco de tudo: discoteca, bingo, escritório de uma empresa de filmagens e até armazém de materiais de construção civil. 






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3.4Restaurante Panorâmico de Monsantopanorâmicaabrangênciainfraestruturaacesso
◆◆◆◆◆◆◆◆ver legendaval aprox. em m
altitude (aprox.)
197
colinaMonsanto
freguesiaMonsanto
inauguração1968
autorChaves da Costa
utilizaçãoEncerrado

O projeto inicial do restaurante foi o último projeto que o Arq. Keil do Amaral realizou no final dos anos 30, no contexto do projeto do Parque Florestal de Monsanto e, que se situaria no local onde teria sido projetado o Teatro ao Ar livre e o Padrão-Miradouro (do mesmo autor). Keil do Amaral desenvolve o projeto do restaurante em plataformas baixas que se encaixem no declive e desenvolve sobre o terraço uma esplanada com vista sobre Lisboa, Vale de Alcântara e Margem Sul. Este projeto não chegou a ser efetivado pois não estaria ao gosto do Presidente, à época, acabando este por contratar o arquiteto Chaves da Costa que viria a realizar este restaurante circular.

O projeto do Parque Florestal de Monsanto teve uma dimensão e desenvolvimento processual inédito em Portugal e, foi o Eng. Duarte Pacheco o seu grande promotor, quer promulgando a Lei para a sua criação enquanto Ministro das Obras Públicas em 1934, quer promovendo a sua concretização a partir de 1938, como Presidente da CML. Para além da reflorestação do Parque este projeto estava integrado no âmbito de desenvolvimento da saída ocidental da cidade de acordo com o novo Plano Diretor (Plano de Gröer), do Plano da Costa do Sol que se planeava fazer, integrando a autoestrada para o Estádio Nacional e a Marginal da Costa do Sol e, para o realizarem o Eng. Duarte Pacheco chamou o Eng. Joaquim Rodrigo e Arq. Keil do Amaral.

O plano tinha como critério geral a ideia de bosque natural e selvagem. “Tratava-se de proporcionar o regresso à terra, a uma vivência ameaçada pela cidade, uma metrópole que se receava implacavelmente fria e moderna.” Estavam excluídos os conceitos de parque à francesa ou inglesa ou outra resolução tradicional conhecida. E, para isso Keil do Amaral, fez uma visita de estudo aos parques e jardins da Europa e, visitou França, Inglaterra, Alemanha e Holanda analisando cuidadosamente os seus parques, dos quais retirou ideias úteis para a elaboração de Monsanto que anotava no seu “Relatório de uma viagem de estudo”. A floresta de Fontainebleau, o bosque de Vérrièrres nos arredores de Paris e o Bosque de Amesterdão foram os bosques que Keil achou que melhor se adaptavam a Monsanto. A fase de projetos que se segue corresponde a equipamentos já influenciados e desenhados segundo o modelo dos parques europeus já com uma linguagem mais moderna.

A primeira fase de obras, pertence à 1ª e 2ª zonas dos seis sectores operacionais em que a serra foi dividida, concluíram-se obras como os vários miradouros, entre elas o Miradouro de Montes Claros e a Casa de Chá nos inícios dos anos 40.
É desenvolvido na 3ª zona, os equipamentos desportivos: Clube de Ténis de Lisboa, Centro de Desportos, Teatro ao ar livre e Parque infantil do Alvito. Estes equipamentos são novidade em Portugal, sendo este último o primeiro parque exclusivo para crianças. Destes equipamentos apenas se concretizaram o Clube de Ténis e o Parque do Alvito.

Mural de Luis Dourdil - de recuperável a inrecuperável


A Exposição "Cem Anos de Dourdil: a Pintura Antes de Tudo", foi a homenagem que a Câmara Municipal de Lisboa quis prestar ao pintor e, esteve patente de 9 de julho a 21 de Agosto de 2015 na Galeria Paços do Concelho de Lisboa.

Esta mostra foi inaugurada no ano em que se comemoraram os cem anos do seu nascimento e constava de duas dezenas de pinturas e outros tantos desenhos, para além de materiais e documentos ligados à atividade do artista.

No ato inaugural, Maria Teresa Bispo, comissária da exposição, referiu a importância da obra de Luís Dourdil e da sua relação com a cidade - nomeadamente, através do mural no Café Império, restaurado no ano anterior (este mural foi ignorado).

Painel de Azulejos com relevo" Figuras e cenas da cidade de Lisboa" de Manuela Madureira - Resistiram enquanto tudo em redor foi "levado"


Em 2001 o espaço fechou definitivamente e o seu futuro continua incerto. 
Periodicamente surgem propostas para a sua reabilitação, umas mais estruturadas que outras, umas mais descabidas que outras mas, a realidade é que, enquanto se tem adiado a resolução o espaço teoricamente, está vedado, por razões de segurança, teoricamente, é policiado 24 horas por dia

A pilhagem já o esvaziou do que era possível levar, o vandalismo já destruiu o que era possível destruir, restando apenas um baixo-relevo na frontaria e os painéis da Manuela Madureira.




Lisboa - Quantas fotografias são precisas? - Fonte fotografias: recantoalegna.blogspot.pt

Total de visualizações dos 6 vídeos 13.888



Atestam a genuína indignação que os lisboetas sentem por esta situação!

A zona do Parque de Monsanto, ao longo dos séculos desempenhou várias funções face às necessidades de Lisboa. 

A sua ocupação remonta ao Paleolítico e, relativamente à cidade de Lisboa já foi: o seu celeiro como os seus inúmeros moinhos ainda o atestam (17 dos cerca de 70 anteriormente existentes); o seu abastecedor de lenha e madeira; o lugar escolhido para quintas de lazer dos seus habitantes e, agora, é o seu "pulmão verde" e o seu agente regulador climático e ambiental.

Como referi anteriormente o surgimento do projeto do restaurante está intimamente ligado ao projeto global do Parque Florestal de Monsanto.

O Eng. Duarte Pacheco e o Arq. Keil do Amaral, em 1938, não se limitaram a seguir os projetos elaborados para o "Bosque de Lisboa" pelos irmãos MacBride (1926) e pelo urbanista francês Forrestier (1927), foram mais além e, o seu programa foi estudado ao pormenor por técnicos de diversos ramos: botânicos, técnicos florestais, silvicultores e sociólogos. 

O Restaurante de Monsanto poderá ser um elefante branco que a CML tem na sala mas, os lisboetas já mostraram por várias vezes que não querem abdicar da sua reabilitação e querem que esta seja ao serviço da Cidade e dos seus habitantes!

A sua localização nobre, quer no Parque, quer face a Lisboa, é um ponto de partida invejável para qualquer projeto, de qualquer natureza!


O Castelo de S. Jorge também já foi, literalmente, ocupado por quartéis e teve que ser, quase totalmente, reconstruído. Hoje, é dos símbolos mais marcantes de Lisboa, porque foi devolvido à cidade e, por mérito próprio, por ser o monumento que tem o conjunto mais amplo de vestígios das várias fases da ocupação de Lisboa, desde as mais remotas.

Que cidade tem um miradouro como este? Longe do buliço, cercado de verde e de silêncio e com uma vista que abarca toda a cidade e... mais além!





Autor: Nuno Castro 
Publicado a 11 de Janeiro de 2015 
6.373 visualizações


Autor: Manuel Calavera 
Publicado a 4 de Junho de 2014
3.505 visualizações


Autor: Manuel Baptista 
Publicado a 2 de Março de 2014
2.374 visualizações




Autor: Gonçalo Gouveia 
Publicado a 16 de Maio de 2014 
1.178 visualizações



Autor: SIC - Tesouros da TV Portuguesa 
Publicado a 23 de Maio de 2016  
328 visualizações



Autor: 28Rider R
Publicado a 3 de Outubro de 2016
  
130 visualizações






Mas o derradeiro roubo aos lisboetas desta "joia", como é apelidado, já foi anunciado!

No penúltimo vídeo é anunciado o atual projeto e propósito que a CML destina a esta "joia": com um custo previsto de 7 milhões de euros, este magnífico projeto quer transformar este espaço numa "secretaria", de acesso restrito aos seus funcionários. Independentemente do papel meritório que esta "secretaria" possa ter para a comunidade é uma óbvia perda para a Cidade, para os lisboetas e potencialmente para o turismo que, é hoje a bandeira e um dos maiores sustentos de Lisboa. 

A pergunta é: a zona de Lisboa mais resiliente é exatamente naquelas coordenadas? Outros edifícios abandonados em Monsanto não servem, porquê? 

O estado tem sido "especialista" em roubar "joias" aos cidadãos - já o fez no passado, entre outros, com o Castelo de S. Jorge, conforme já referi e, continua a fazê-lo com palácios e conventos que pertencem ao Património Imobiliário Classificado Nacional (dois dos exemplos em Lisboa: Palácio da Mitra - MIP; Palácio de Beau-Séjour - MIP).

Continuo a não entender porque é que os funcionários do estado têm que fazer o seu trabalho de "secretaria" em Monumentos Nacionais ou de Interesse Público (embora não seja este o caso, pelo menos, em termos formais). Não é uma contradição? 








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